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sábado, 3 de dezembro de 2011

Linguagem digital, o que diria Marcuse??

Segundo o filósofo alemão, que participou da Escola de Frankfurt, sendo também um de seus críticos, Hebert Marcuse (1898-1979), a sociedade consumista, derivante das vertentes tecnocratas, torna o homem apenas uma peça numa linha de montagem.
Assim, o homem seria chamado por ele de "unidimensional", ou seja, um individuo fútil que consegue apenas ver as aparências das coisas. Nesse panorama, a máquina e a tecnologia dominam o homem, que por sua vez tem uma visão estereotipada da felicidade. A "felicidade holywoodeana" ou as estórias de novelas das vinte horas, por exemplo, é um modelo à ser desejado pelas massas. O sujeito "seria" feliz porque a mídia lhe diz o que é "ser feliz". Diante desses fatores, não existe liberdade plena, nem valores reais da verdadeira felicidade.
"Felicidade" na sociedade consumista seria o casamento com alguém parecido com o Brad Pitt ou ter uma bela TV LCD na sala de estar.. Dessa forma, o sujeito permanece moldado e condicionado pela Mídia que também faz parte do ambiente tecnológico e seria um veículo considerável da propaganda capitalista..
No entanto, e agora? O que diria Marcuse com a expansiva Globalização cujos focos parecem caminhar para um mesmo centro, que na verdade ainda não sabemos qual é??
Como nos vemos sob a perspectiva, agora, digital?
Será que estamos criando novos excluídos?
A globalização tem faces positivas quando une povos estranhos entre si, quando torna a linguagem acessíveis e comuns. Quando se evoluiu do telégrafo para um teclado de com mouse, também encurtamos distâncias e tivemos a chance de conhecer o que nossos avós morreram apenas desejando...
A tecnologia está nos levando à cabo para além de oceanos. Entretanto, pode realmente estar nos escravizando. É paradoxal, de um lado a liberdade de informação e, porque não dizer, de conhecimento. A escolha pela fonte de informação. Porém, de outro lado, podemos também sofrer condicionamentos. E fica mais uma pergunta: Algum dia, na história, não sofremos condicionamentos? Mesmo na pré-história, existia a "lei do mais forte" e o mais "sábio" se calava e obedecia...E isso provavelmente era o que muitas matriarcas diziam aos seus entes: "- Fica quieto, o outros é mais forte" .
Quanto à uma nova classe de excluídos sociais. Não parece que possa surgir uma "nova classe" pois a classe que não tem computadores atualmente não seria a mesma que também não sabe escrever, é geralmente agrícola e tem, em seu cerne, alta mortalidade infantil por cólera?
Mas, será que as classes sociais ainda se mantém intocáveis?
Particularmente, acredito que o advento da linguagem digital aumentou a possibilidade de encontros interpessoais e estes acabam levando à correntes de saberes diferentes.
Escolas públicas, antes carentes atendendo à um público carente, agora tem PCs e parecem que agilizam suas conquistas pedagógicas.
Todavia ainda não termos a certeza de que iremos encontrar a liberdade e o prazer de sermos nós mesmos..encontrando novos e melhores valores. Ainda há muito consumismo e consumismo humano (até tráfico de pessoas temos)...No entanto, as coisas parecem estar mudando muito, o inventor da famosa "WWW" (World Wide Web Consortium), mais conhecida como "Web" , Tim Berners-Lee, em entrevista aqui no Brasil, afirmou que nada ganhou pelo fabuloso invento mas que ao ver as empresas e pessoas usando, fica muito mais feliz do que se tivesse recebendo uma fortuna. Aliás, ele ainda declarou que ficou imensamente feliz por ter conseguido se manter no trabalho que gosta de fazer..Ao que parece estamos dando sinais de um novo sistema, mais cooperativo que utilitarista, mais consciente de humanismo que tínhamos antes.

http://auladefilosofiacelia.blogspot.com/2009/01/linguagem-digital-o-que-diria-marcuse.html

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