silvania mendonça almeida margarida
1500.
2012.
O Brasil completou 512 anos.
1500.
Calmaria.
Não foi por acaso que as condições climáticas não favoreceram o
destino previsto pelas naus portuguesas. Da Europa – Portugal – vinha a semente fertilizada por séculos de
cultura e experiência que, uma vez, ao abrigo da terra generosa, por certo,
passaria da germinação aos frutos comprometidos
com o futuro da Nação.
Um sopro lírico então inunda
a terra recém-descoberta. Amparado por
um vento brando chega, progressivamente, ao amadurecimento do material
estético, patrimônio dos nossos dias,
talvez com a mesma emoção primeira... com novas projeções, como a absorção e a propensão à fantasia e
novo estudo das características tropicais.
Em seguida, colhe-se a experiência dos relatos de viagens e a observação
da nova terra que desabrocha.
Ali se encontra a nova
nação, com novas imagens, novas tradições, com
crença em nova cultura. Não
importa a irregularidade da jornada, nem as lutas travadas entre a tradição
importada e os recursos de cunho local.
Importa é a certeza do brilho do “Eldorado”, as paisagens exuberantes,
os mitos significativos, o acervo da conquista
permanecem redivivos como valores
intrínsecos na consciência nacional.
Tudo continua presente, embora com roupagem nova, trabalhada e explorada por
personalidades que buscam a originalidade temática no que se sacralizou na
memória fazendo do patrimônio conhecido os desdobramentos sucessivos.
Kristeva postula que “todo
texto é a absorção e transformação de
outro texto. Em lugar da noção de intersubjetividade, se instala a de
intertextualidade e a linguagem poética se lê pelo menos como dupla.”
João Cabral de Melo Neto
imprime nos fragmentos do poema que se segue a metáfora da formação
literária da história do Brasil. Aponta este desdobramento
conjunto do mito do descobrimento ao amadurecimento das linhas significativas
no estuário do Modernismo.
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que com muitos outros galos se cruzem
os
fios do sol de seus gritos de galo,
para
que a manhã desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
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E
se incorporado em tela, entre todos,
se
erguendo tenda onde entrem todos,
no
toldo (a manhã) que plana livre de armação.
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Chega a sondagem. Com ela a
riqueza, as fontes, o preparo, as indagações... A energia criadora repousa, no
entanto, na apresentação do homem inserido nesse contexto: de início, o bom
selvagem. Outros e outros para o inventário da nação. Outros e outros se
sucedem e incrementam a avalanche enriquecedora da imensa fila entrando para o patrimônio literário do país.
É o homem, sem dúvida, o sujeito de todo este
processo, é a expressão de idéias, o agente lingüístico, a dinâmica da linha do
tempo. No primeiro texto-documento sobre o Brasil - Pero Vaz de Caminha - o visionário predestinado chamou a atenção
de Sua Majestade, Dom Manuel, Rei de Portugal,
- para este valor inigualável.
De ponta a ponta e toda praia...muito chão
fértil e muito formosa (...). Nela até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata.
Porém a terra em si é de bons ares
assim frios e temperados como os de
entre Doiro e Minho. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira e graciosa
que querendo aproveitar dar-se-á nela
tudo por bem das águas que tem, porém o melhor fruto que nela se pode fazer, me
parece que seria salvar essa gente e essa deve ser a principal semente que
Vossa Alteza em ela deve lançar.
(Final da Carta “Achamento do Brasil”
de Pero Vaz de Caminha)
Na mais profunda emoção,
Cassiano Ricardo retoma o mito edênico
do Brasil na sua produção lírica. De um
contexto histórico cultural à contribuição estética de hoje. Eis fragmentos do
poema de Cassiano Ricardo onde são evidenciados
todo o contexto histórico e pictórico
da nação:
A terra é tão formosa
E de tanto arvoredo
tamanho e tão basto
que
o homem não dá conta.
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Tupis em alvoroço,
tribos guerreiras, mansas
troféus verdes na ponta
dos chuços e das lanças
Jequitiranabóias
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agora se debruçam ,
reunidos, ombro a ombro,
sobre a Serra do Mar,
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E em nome do seu povo,
sem saber se quem chega
é fidalgo, ou plebeu;
anjo de cor bronzeada,
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Como explicar que
uma ave
de país tão agreste,
diga que bem me viu,
se tu, ó Pai Celeste,
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No século XVI, berço das raízes vivas confinadas
na terra que não teve velórios... Confinadas, aguardando a detonação dos
frutos após uma germinação progressiva.
De braços dados com o “Velho Mundo” -
tão apreciável – amparadas e envolvidas por uma proteção maternal, foi se
soltando, bem devagar, passos firmes... E tudo teve um começo solene nas mãos
de escritores comprometidos com a informação da terra projetada na objetiva que
se revelou comprovadamente nos dias que se seguiram.
Os escritores dessa época,
nascidos no Brasil ou em Portugal, revelam a formação reinol em suas culturas.
Exprimem o momento colonial, influenciados pela cultura portuguesa, com as
diferenciações bem definidas provocadas pela ambiência. Enquanto se estabelece
o paralelismo: Brasil e Portugal, percebe-se ainda o sincronismo com as demais
manifestações européias, contribuições de considerável valia (...).
Em reduzidas informações à
respeito dos primeiros textos produzidos por aqui, além da “Carta do Achamento”
, apresenta-se Pero Lopes de Sousa que se preocupou com os roteiros de viagens entre Brasil\Portugal, e vice versa Martim Afonso de Sousa. Pouco se informou sobre a “terra” a não ser quando faz referência a Pernambuco
por ocasião das lutas entre contrabandistas de pau-brasil (franceses) e da
fundação da vida de São Vicente e de Piratininga. Sem dúvida, a sua
contribuição foi válida pelas informações apresentadas sobre a navegação
marítima na obra Diário da Navegação.
Mas Pero de Magalhães
Gândavo vai muito além. Apresenta uma obra de acentuada erudição. Inaugura e
lança sugestões temáticas altamente significativas para a nova formação
cultural. Tornou-se um elo Portugal\Brasil nos seus escritos, basta
certificar-se que era conhecedor de Camões quando este autor é citado na
dedicatória feita a Dom Leonis Pereira no livro História da Província de Santa
Cruz a que Vulgarmente chamamos Brasil.
“Na fantasia camoniana o
autor em sonho ouve de Apolo
Marte e Mercúrio o
enaltecimento dos feitos de Dom Leonis
Apontando-o como pessoa a
quem o livro deve ser dedicado.”
Nesta obra, Gândavo vive o
entusiasmo e a admiração quando fala das condições promissoras da vida da nova
terra: fartura, beleza, riquezas minerais, flora e fauna, principalmente da exaltação
nativista que se definira numa tentativa
de criação poética e de possível cristianização.
Oswald de Andrade em Pau
Brasil dedica um capítulo a este
escritor. Depreende-se portanto que Gândavo não ficou relegado ao esquecimento.
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As fontes que há na terra são
infinitas
Cujas as águas fazem crescer a
muitos e grandes rios
Que por esta costa
Assim da banda do
Norte como do Oriente
Entram no mar oceano.
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Como Gândavo, Gabriel Soares
de Souza, 1587, apresenta uma obra substanciosa. Dá a conhecer as riquezas
naturais da “terra” bem como o
povoamento em Tratado Descritivo do Brasil
e Notícias do Brasil.
Alerta este autor que são
indispensáveis os estudos sobre a evolução da temática nativista. A atitude em
relação ao índio deve merecer aprofundamento e respeito. Em relação com a literatura indianista foi
Gabriel Soares um precursor subsidiário
da futura linha indianista em Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães,
José de Alencar, Frei José de Santa Rita Durão e outros.
Ainda no século VI,
encontra-se em José Anchieta o Grande Piahy: missionário, poeta, dramaturgo,
educador que envergou a expressão máxima do escritor dessa época. Buscou na
Idade Média o pensamento teocêntrico para a sua linha temática e muito das
formas poéticas para a sua produção escrita, como recursos aplicados à poesia. Na esteira do
apelo metafísico, que significava a vivência de Deus, a condição humana, os
valores do espírito e da fé cristã representadas por temas de sentimento, ou
estados de alma, o escritor trabalha o conteúdo mais significativo de sua obra.
A nação brasileira se torna uma sintonia, algo que aparece.
Eduardo Portela ao
argumentar sobre Anchieta afirma: “acredito que, em certo sentido, Anchieta
deve ser entendido como uma manifestação
de cultura medieval no Brasil. É medieval não somente pelo seu comportamento ao
realizar uma poesia simples, de timbre didático, porém medieval também pela sua forma poética, seus ritmos,
sua métrica.”
Percebe-se que Anchieta centralizou a sua obra no homem,
enquanto “ser” sujeito de um processo
pedagógico em que visava ao preparo espiritual e à educação do futuro da
nação.
Apesar do reduzido público e
do parco número de escritores brasileiros, os textos foram surgindo aqui e ali. Não houve nos séculos XVII e XVIII
uma linearidade constante, nem o afloramento
de estimável recurso básico que pudesse conotar-se como literatura brasileira. No entanto, os acontecimentos dessa
época não se esgotaram no tempo e no
espaço. A linha européia, deixaram legados subsidiários, para a história de nossa formação literária, ou
seja, elementos que pudessem revigorar a
história literária, no acervo provindo do século anterior. Certamente ainda não
havia o campo propício para considerável evolução...A consolidação da NAÇÃO estava
por ser realizada – faltava-lhe a densidade necessária para um salto: faltava o
impulso social, a sistematização da economia e equilíbrio demográfico, o que
dificultava o avanço de um movimento próprio e autônomo.
Assim, são os primeiros
textos literários, esteios substanciais
do ponto de partida para a história da nossa colonização e pós-colonização. São
documentos que carregamos em nossa bagagem
cultural como mensagens
informativas que servem de arcabouços da
nossa gênese cultural.
Ao mesmo tempo em que se
procura o moderno, o original e
polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma
volta às origens, à pesquisa das fontes quinhentistas, à procura de uma língua
(a língua falada pelo povo nas ruas), as paródias, numa tentativa de repensar a
história e a literatura e à valorização
do índio verdadeiramente brasileiro.
Em Oswald de Andrade
percebe-se o retorno às fontes brasileiras. Parece haver o resgate crítico da
nossa História através da Literatura, analisado nos textos de Pau Brasil e em
Memórias Sentimentais de João Miramar. O
Modernismo coloca a cultura brasileira a par das correntes de vanguarda do
pensamento europeu, ao mesmo tempo que prega a tomada de consciência da
realidade aqui vivida.
Como os demais poetas
modernistas do mesmo gênero, o poeta forja a sua arte buscando uma roupagem
nova para o nosso tempo com base nos itens expressivos de nossa civilização, em seus primórdios. Sua obra é constituída de uma poesia radical.
E o que é ser radical? “Ser radical é tomar as coisas pela raiz. E a raiz, para
o homem é o próprio homem,” segundo a tese de Marx. E Oswald não fez outra
coisa a não ser fazer desfilar no
contexto de sua obra a pertinência humana: do homem de ontem para o homem de hoje. De alguma forma, Oswald
sentia que a integração de uma nação não se consolida em um só extremo, mas com
os extremos... E neste desfilar, ele dá voz ao homem: escravos, colonos,
índios, brancos... a partir de uma força mitológica capaz de conferir a cada um
desta imensa fila, os anseios de revitalizar o que parecia insignificante.
Mitos e lendas são colados ao contexto como se ele quisesse dizer: nossa
tradição brota da
terra para urdir o nacional, o que é nosso e
inesgotável. E aí está o homem “brasileiro”, sujeito de uma Nação que mobiliza
a sua consciência de Pátria pelo respeito, pelo amadurecimento: a ARTE FALAÇÃO.
Em Guimarães Rosa, entre
tantos exemplos, pode-se detectar a vida do nosso sertão:
Não me assente o senhor por beócio. Uma coisa é por
idéias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e de sangue, de
mi-le-tan-tas misérias... Tanta gente – dá susto de saber – e nenhum se
sossega: todos nascendo, se casando,
querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza, ser importante, querendo
chuva e negócios bons (...) Viver é perigoso. (Grande Sertão Veredas)
Corroborando o dizer de
Sérgio Mamberri, é no campo da
consciência da criação que o mundo se faz
ou se desfaz. Segundo Sérgio Mamberri (Folha de São Paulo) com Riobaldo sabemos dos perigos que estão na travessia do mundo, nas visões
bem ordenadas, unívocas e cheias de “boa intenção”. O desafio, segundo o autor,
seria criar um outro Brasil, onde brasileiros possam abraçar seus amigos e
reencontrar a dignidade. Aqui, a literatura tem força apelativa, denuncia e é
portadora de reivindicações de cunho
social e político, próprias de uma nação. Nessa busca do homem brasileiro
"espalhado nos mais distantes recantos de nossa terra", no dizer de
José Lins do Rego, o regionalismo ganha uma importância até então não
alcançada na literatura, levando ao extremo as relações
do personagem com o meio natural e social.
Neste fluir e refluir de
conteúdos formativos e informativos, procede a adaptação estrangeira ao
ambiente brasileiro. A terra fornece a plataforma – fértil e generosa – e o
semeador estrangeiro a semente da sua experiência. Apesar da irradiação
descompassada, morosa, insípida; às
vezes interpretada como intensa cultura estrangeira, a literatura vem acompanhando a trajetória da nossa
formação maternal, com raízes na cultura européia. Ao mesmo tempo, falar
sobre os primeiros textos históricos,
em Oswald de Andrade e Guimarães
Rosa, entre outros, é propiciar a oportunidade de trazer alguns
temas dos desenvolvimentos culturais, é
propiciar o diálogo em sentido estrito com literatura do nosso dia a
dia.
Dessa forma, a literatura lida com polêmicas
específicas da nossa história, denuncia
fatos passados e responde à tendência atual de abrir os campos
disciplinares tradicionais a interseções com novas perspectivas e temas
teóricos trans-disciplinares, como o desconstrutivismo de Derrida, o
pós-estruturalismo, os debates feministas, os estudos culturais, a crítica
literária, etc. Todas estas perspectivas, de fato, convergem no interesse pelos
processos de formação da subjetividade e da emergência e inscrição dos sujeitos
no discurso. Estes temas teóricos têm também a característica de nos
reintroduzir no campo político através de autores que falam do mundo
pós-colonial através da literatura e teorizam
a experiência da subalternidade, examinam o poder e as estruturas de
subordinação, seja nas relações de gênero, raciais, coloniais, ou entre nações
centrais e periféricas. O mundo globalizado e seus processos característicos de
emergência de novas identidades, assim como a experiência dos povos diaspóricos
são também categorias que dão forma a este conjunto de reflexões. É na
literatura que se insere a proposta de trazer para discussão novas formas de
inserção nos processos históricos e
políticos próprios das nações periféricas, incorporando as contribuições de
teóricos pós-coloniais como Gayatri Spivak, Edward Said e Homi Bhabha.
Entretanto, para incorporar esses teóricos faz-se necessário adequar novas perspectivas nos estudos literários e
na história da nação, visto que nossa situação contém proximidades tanto do
sujeito ocidental (já que somos um Ocidente periférico), como do sujeito
pós-colonial (pois somos também um Terceiro Mundo, porém com um experiência
muito distinta de processo colonial).
Entrelaçando a vida das
pessoas e a vida coletiva, a introspecção e a política, a literatura
comparada expande o núcleo narrativo em
duas direções: traça um roteiro possível da história do Brasil em escalas e, ao mesmo tempo, individualiza seus
personagens e fatos históricos com a
nitidez e a sutileza próprias da melhor literatura. Às vezes, com um fundo
constante de melancolia, vai mudando de
tom - desperta também o riso e a compaixão, - sem nunca perder o pulso, que
lembra a respiração ligeiramente ofegante de alguém que vê a proximidade da
morte e sabe que já passou o tempo de lutar, e que, no entanto, levanta-se pela
batalha.
É claro que quem ouve uma
história romanceada, informada, ou narrada, tem liberdade para interpretá-la como bem quiser. Mas o que se
coloca aqui ou pelo menos o que tento argumentar e defender é que tudo me tem
indicado que é através da narrativa, da
literatura propriamente dita, que a
história atinge uma amplitude muito maior, mais rica em possibilidades de
caminhos interpretativos, de uma
compreensão em nível mais profundo.
É nos limiares críticos da
literatura comparada que existe o
detalhamento da linha de investigação. Assim, a
pesquisa sobre a relação entre literatura e memória cultural compreende,
no nível teórico, o estudo das categorias espaciais e temporais dentro dos
parâmetros da pós-modernidade, pela desconstrução do passado como discurso
fundador e da fronteira disciplinar como território fechado. A arqueologia
desse discurso privilegia a dimensão espacial, em que o desenho da superfície
substitui a perspectiva hermenêutica, que visa à decifração do sentido dos
textos.
O objeto de investigação abrange as
manifestações literárias, inscritas nos
diferentes exemplos que são citados no
corpo deste trabalho. Há assim no decorrer, uma
releitura de textos significativos para o exame da redefinição de
identidades literárias, culturais e políticas; a constituição de um pensamento
histórico no Brasil com base na análise da correspondência oficial e pessoal
dos autores aqui citados, da recepção de
teorias e da interação entre o processo de modernização da paisagem urbana e as realizações históricas,
culturais e políticas.
1500.
2002.
Calmaria? Creio que não.
Praticamente, 502 anos de uma literatura dão
lugar a diversos entrecruzamentos e controvérsias que, como as discussões sobre
o cânone, sobre os gêneros, sobre a vigência da própria instituição literária,
faz dos marcos um espaço de luz e sombra, um umbral que habilita o acesso a uma interioridade
sempre enigmática ou que avança em
direção de uma exterioridade que não se subtrai às inscrições de uma escrita, que filtra tanto a realidade
quanto a ficção, representando-a e configurando-a.
Desta maneira, a vida
brasileira altera-se profundamente, o que de certa forma contribui para o
processo de independência cultural de toda
a nação.
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PORTELA, Eduardo.
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PILETTI, Nelson. História do Brasil.
São Paulo: Editora Ática, 1998.
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